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março/2020 | Publicado por: LUÍS FELIPE PELLON

SEMANA DECISIVA

Segundo informam os infectologistas, esta semana de 30 de março a 6 de abril será decisiva no combate à epidemia. Será quando a doença se manifestará nos infectados da semana anterior ao início do confinamento, momento em que a possibilidade de contágio será maior. Também será quando os hospitais passarão pelo primeiro grande teste de stress. Nesta fase, igualmente, será quando se poderá avaliar corretamente a eficácia do coquetel de medicamentos (hidroxicloroquina + azitromicina) no qual se deposita grande esperança. Qualquer decisão sobre relaxamento das regras de isolamento social terá de aguardar esta semana para, à vista dos resultados, decidir o que será melhor a seguir. Entretanto, no sábado, o Ministro da Saúde expôs um gráfico demonstrativo de que a evolução da epidemia no Brasil está abaixo do verificado nos países europeus, se utilizado o critério de 15 dias após o centésimo caso. O Ministério da saúde atribuía a isto o fato de termos iniciado o isolamento social antes de outros países; somado a certas peculiaridades brasileiras, tais como temperatura, umidade e perfil populacional, com uma preponderância dos mais jovens (abaixo de 60 anos). Este fato demonstra que, ao menos até agora, a estratégia de combate à epidemia tem sido bem-sucedida, embora se saiba que o nível de subnotificação é altíssimo.

Portanto fique ainda em casa para ganharmos tempo, retardando ao máximo possível a evolução e disseminação da epidemia, enquanto os governos estaduais, municipais e o federal se organizam, montando hospitais de campanha e comprando respiradores, medicamentos e equipamentos de proteção individual para os bravos médicos e paramédicos que cuidam de nós. Todos nós fomos pegos de surpresa com esta pandemia, algo inimaginável e sem precedente no mundo moderno, o que dificultou não só a prevenção, mas também a tomada de decisões; uma vez que não há parâmetros a seguir. Desta forma, a crise está sendo gerenciada dinamicamente, dia a dia, e ainda vai levar um bom tempo para ser resolvida. Talvez somente com a chegada de uma vacina. Entretanto, pense que, como tudo na vida, poderia ser bem pior, se não tivéssemos internet, celular, computadores e softwares modernos de vídeo conferência e de teletrabalho, ou ainda antibióticos potentes e penicilina. É só pesquisar na internet sobre a gripe espanhola e ver que poderíamos estar submetidos a um horror muito maior do que estamos vivendo.

Face a isto, nossa equipe permanecerá em home office até lá, atendendo nossos clientes sem qualquer perda de eficiência ou qualidade, uma vez que temos remotamente à nossa disposição todo o aparato tecnológico de nosso Escritório, graças a um esforço bem-sucedido de nossa equipe de TI que, em tempo recorde, organizou o contingenciamento de nossas atividades. Terminada esta semana, avaliaremos o que fazer, em sintonia com o que for decido pelas autoridades.

Todavia, não se iludam. Não sabemos ainda quando, mas com certeza o país precisa retomar suas atividades o mais rápido possível. Com toda a segurança, é claro, e em especial preservando os grupos de risco. País nenhum aguenta ficar dois meses totalmente parado, muito menos o Brasil, com um enorme percentual da população trabalhando na informalidade, onde o contato interpessoal é indispensável. Por outro lado, o setor de serviços é preponderante nas economias modernas, representando cerca de 70 % (setenta por cento) do PIB, e não é num sistema de home office que ele vai conseguir sobreviver. Nos aproximamos já do momento em que as necessidades de sobrevivência de parcela substancial da população podem dar margem a saques e todo tipo de violência. Portanto, esta é uma discussão que tem de começar agora, sem subterfúgios ou falsas alegações, tendo em vista que serão decisões muito difíceis e que muitas pessoas irão morrer, de uma forma ou de outra, especialmente idosos. Embora num cenário diferente, meio ficção científica, a situação é de guerra, sim, e as decisões têm de levar isto em conta.

Não haverá saída confortável desta crise. O país vai levar muito tempo, talvez anos, para se recuperar. Lembrem-se de que estávamos tentando sair de uma grave crise econômica antes disto! Vamos empobrecer e ficar muito baratos para o mundo da moeda forte, o que possivelmente implicará na desnacionalização de várias empresas, bem como no avanço vindo do exterior sobre certas atividades do setor de serviços em nosso país. A advocacia pode ser uma delas.

Por outro lado, as facilidades oferecidas pelo mundo digital tiveram um gigantesco aumento e aceitação durante esta crise. Aliás, salvaram a nossa vida! Todos trabalhamos, nos alimentamos, nos comunicamos e movimentamos nossas contas bancárias por aplicativos, experienciando, por pura necessidade, coisas que até então muitos desconheciam. Serviços essenciais como luz, gás, água, telefonia e transporte puderam ser mantidos operacionais! Isto veio para ficar! O mundo será outro a partir de abril. A partir daí, instalações físicas (de bancos, restaurantes, supermercados, comércio e serviços em geral), serão desmontadas e substituídas por plataformas digitais poderosas. Teletrabalho será uma normalidade e o desemprego, que já era alto, vai aumentar!

Assim sendo, foque no seu negócio, trabalhe com as opções que tem e que lhe são oferecidas pelo governo para este tempo de crise. E lembre-se: você não está sozinho! Nós estamos aqui para lhe ajudar no que for necessário e possível, como sempre o fizemos ao longo de nossa parceira, lutando por um objetivo comum de nos mantermos vivos e atuantes no mercado e relevantes para nossos clientes.

Boa sorte e saúde para todos!

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