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dezembro/2025 | Publicado por:

Como comprovar a regularidade de contratos bancários digitais

A digitalização dos serviços financeiros transformou o modo como clientes e instituições firmam contratos. Hoje, operações como crédito consignado, abertura de conta, financiamento, portabilidade e renegociação são concluídas em minutos, dentro do aplicativo bancário.

Porém, enquanto a conveniência aumenta, as dúvidas sobre a regularidade de contratos bancários, especialmente aqueles assinados eletronicamente, se tornam cada vez mais frequentes.

Como escritório de advocacia que atua diariamente na defesa de instituições financeiras, observamos que muitas disputas decorrem da dificuldade em demonstrar (ou entender) como comprovar a regularidade em contratos digitais.

Por isso, reunimos neste artigo orientações práticas e técnicas, mantendo uma linguagem clara para facilitar o entendimento.

  1. Por que a comprovação da regularidade é essencial?

A regularidade de contratos bancários é o que garante a validade jurídica das operações. Em ambiente digital, essa regularidade depende da comprovação de que:

  • o cliente realmente acessou o sistema;
  • aceitou os termos;
  • teve acesso às informações essenciais;
  • realizou a assinatura eletrônica de forma segura.

Como os contratos bancários digitais não contam com papel e assinatura manual, a prova é essencialmente técnica. Assim, ao saber como comprovar a regularidade em contratos digitais, os bancos fortalecem a segurança jurídica e evitam litígios desnecessários.

Por exemplo, em uma ação na qual o cliente alega não ter contratado um empréstimo digital, o banco deve apresentar registros de IP, logs de acesso, tokens enviados ao celular cadastrado e o arquivo do contrato aceito.

Esses elementos demonstram a regularidade do contrato digital e enfraquecem a tese de fraude.

  1. Meios de comprovar a regularidade de contratos bancários digitais

Para demonstrar a regularidade de contratos bancários, os meios de prova digitais são fundamentais. A seguir, destacamos os principais.

a) Logs de acesso e registros de autenticação

Os registros de data, hora, dispositivo e IP utilizado pelo cliente são indispensáveis para comprovar que ele acessou o sistema no momento da contratação. Eles reforçam a regularidade do ato e ajudam a reconstituir a operação.

Exemplo:
O cliente afirma jamais ter solicitado cartão de crédito. Porém, o banco apresenta logs indicando que:

  • o acesso ocorreu pelo celular do cliente;
  • o mesmo aparelho havia sido utilizado nos últimos meses;
  • a contratação foi finalizada após confirmação por biometria.

Essa combinação de elementos evidencia a regularidade de contratos bancários digitais.

b) Comprovantes de aceite eletrônico

O aceite eletrônico pode ocorrer por:

  • aceite no aplicativo;
  • assinatura por token;
  • biometria facial;
  • assinatura avançada via certificados.

Cada forma de aceite possui regras específicas, todas aceitas pela legislação brasileira, desde que preservem autenticidade, integridade e identificação do signatário.

c) Gravações de voz ou vídeo

Alguns bancos usam validação por vídeo-selfie ou confirmação por ligação. Esses registros ajudam a comprovar a autenticidade da manifestação de vontade nos contratos bancários digitais.

d) Histórico de comunicações (SMS, e-mail, notificações)

Mensagens enviadas para o número ou e-mail cadastrado confirmam que o cliente recebeu o código ou a notificação de contratação.

e) Metadados do documento digital

O arquivo do contrato digital contém metadados que mostram alterações, versões e horário de geração. Eles ajudam a demonstrar como comprovar a regularidade em contratos digitais de forma técnica e objetiva.

  1. Cuidados que fortalecem a regularidade do contrato

A regularidade não depende apenas das provas, mas também dos cuidados adotados antes da contratação.

a) Autenticação forte

Bancos que utilizam dupla validação (token + biometria, por exemplo) têm maior facilidade em demonstrar a regularidade de contratos bancários digitais, pois reduzem a chance de acessos indevidos.

b) Transparência e informação clara

A Lei do Consumidor exige que todas as informações relevantes sejam disponibilizadas antes do aceite. Capturas de tela do caminho percorrido dentro do aplicativo são provas úteis.

c) Gravação das telas de contratação

Algumas instituições mantêm gravações internas do fluxo de tela. Isso demonstra exatamente como o cliente visualizou as condições contratuais.

  1. Quando a regularidade é questionada em juízo?

A judicialização envolvendo contratos bancários digitais é crescente. Muitas ações alegam:

  • empréstimo não contratado;
  • falha na biometria;
  • golpe sofrido pelo cliente;
  • desconhecimento sobre taxas ou valores;
  • uso indevido de dados.

Nesses cenários, o banco precisa demonstrar, de forma técnica e organizada, a regularidade de contratos bancários.

Por exemplo, em ações de empréstimo consignado digital, a apresentação do contrato, combinada com logs, biometria e comprovante de envio de token, costuma ser decisiva para comprovar a regularidade do ato.

  1. Checklist para comprovar a regularidade de contratos bancários digitais

A seguir, um checklist prático que utilizamos frequentemente em nossa atuação:

  • ✔ Contrato PDF com metadados preservados
  • ✔ Logs de acesso (IP, geolocalização, horário e dispositivo)
  • ✔ Registro de autenticação (token, biometria ou certificado)
  • ✔ Histórico de comunicações enviadas ao cliente
  • ✔ Prints do fluxo de telas antes da contratação
  • ✔ Captura da tela de aceite
  • ✔ Eventual gravação de vídeo ou áudio
  • ✔ Política de segurança do banco atualizada
  • ✔ Termos de uso do aplicativo vigentes na época

Seguindo esse conjunto de informações, fica muito mais fácil demonstrar como comprovar a regularidade em contratos digitais e evitar condenações indevidas.

FAQ — Perguntas frequentes

  1. O que caracteriza a regularidade de contratos bancários digitais?

A regularidade depende da comprovação de que o cliente acessou o sistema, entendeu os termos, manifestou a vontade e concluiu o contrato de forma segura e identificável.

  1. Quais provas são aceitas pelos tribunais?

Logs, tokens, biometria, gravação de vídeo, e-mails, SMS, captura de telas e metadados do contrato. Esses elementos demonstram a regularidade de contratos bancários.

  1. O banco pode perder uma ação mesmo tendo o contrato digital?

Sim. Se o documento for insuficiente ou se houver falha de segurança, o juiz pode desconsiderar o contrato. Por isso é tão importante saber como comprovar a regularidade em contratos digitais.

  1. A biometria é prova suficiente?

Depende. Quando associada a logs e metadados, ela se torna prova muito robusta. Sozinha, pode ser contestada.

Conclusão

A comprovação da regularidade de contratos bancários é essencial em um cenário cada vez mais digitalizado. Os contratos bancários digitais são válidos e plenamente reconhecidos pela legislação brasileira, mas exigem provas técnicas para afastar dúvidas e evitar fraudes.

Quando o banco sabe exatamente como comprovar a regularidade em contratos digitais, reduz significativamente o risco de litígios e fortalece a segurança jurídica da operação.

Se o seu setor jurídico ou de compliance precisa de apoio na estruturação dessas provas, estamos à disposição para auxiliar com a experiência de quem atua diariamente na defesa de instituições financeiras.

O propósito deste artigo é puramente informativo. Estamos à disposição para orientá-lo.

 

 

 

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