“Made in China 2025” e oportunidades de negócios para o Brasil
O governo chinês lançou a política “Made in China 2025”, que é um plano estratégico visando transformar a China na “fábrica do mundo”, com produção de baixo custo como resultado dos investimentos na indústria de alta tecnologia global.
A iniciativa chinesa busca impulsionar a inovação, aumentar a autossuficiência em componentes essenciais e promover globalmente as indústrias de ponta, redefinindo cadeias de suprimento e padrões tecnológicos.
É extremamente relevante compreender essa política de produção para antecipar mudanças no cenário competitivo global, vislumbrando novas oportunidades de negócios e parcerias para a importação/exportação de produtos e serviços Brasil-China.
O que é o plano “Made in China 2025”?
Anunciado pelo Conselho de Estado da China, o MIC 2025 é a resposta de Pequim à Quarta Revolução Industrial, marcada pela convergência de tecnologias como inteligência artificial, robótica e big data. O plano visa transformar a China, deixando de ser montadora para tornar-se desenvolvedora e exportadora de tecnologia de ponta.
As metas incluem aumentar o conteúdo doméstico chinês de materiais e componentes essenciais para 70% até 2025 e alcançar uma posição dominante nos mercados globais de alta tecnologia até 2049.
Para isso, o governo chinês investe massivamente em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), subsidia empresas estatais e privadas em setores prioritários, e incentiva a aquisição de tecnologia estrangeira por meio de parcerias estratégicas, licenciamento ou aquisições diretas.
Setores estratégicos MIC-2025
São dez setores-chave eleitos pela China para buscarem a liderança global:
- Tecnologia da informação de nova geração (semicondutores, 5G, Inteligência Artificial, Internet das Coisas);
- Máquinas-ferramentas de controle numérico e robótica avançada;
- Equipamentos aeroespaciais e de aviação;
- Equipamentos de engenharia oceânica e navios de alta tecnologia;
- Equipamentos avançados de trânsito ferroviário;
- Veículos de nova energia (elétricos, híbridos, autônomos);
- Equipamentos de energia elétrica (transmissão inteligente, energias renováveis);
- Equipamentos agrícolas modernos;
- Novos materiais (compósitos avançados, nanomateriais);
- Biofarmacêuticos e dispositivos médicos de alto desempenho.
A China busca suprir seu vasto mercado interno e exportar novos padrões, competindo com gigantes globais.
Impactos e oportunidades para os negócios brasileiros
Os efeitos da política “Made in China 2025” nos negócios brasileiros são diversos. A ascensão tecnológica chinesa vai gerar concorrência, acirrando a busca pela qualidade e por ainda mais inovação, principalmente na área de máquinas e eletrônicos.
Da concorrência, surgem oportunidades.
O foco chinês em alta tecnologia pode abrir espaço para o Brasil em nichos de manufatura de menor complexidade ou cadeias de valor complementares, como o fornecimento de componentes e de matéria prima.
Para o sustento da alta capacidade de produção, a demanda chinesa por commodities agrícolas e minerais, onde o Brasil é fornecedor-chave, tende a aumentar, buscando produtos com maior rastreabilidade, certificações de sustentabilidade e valor agregado, como alimentos processados premium.
Empresários brasileiros também podem encontrar oportunidades em parcerias tecnológicas com empresas chinesas, buscando o conhecimento e o desenvolvimento de novos produtos, além do acesso a novas tecnologias para a melhora da produção nacional, a exemplo de soluções tecnológicas no setor do agronegócio, de fintechs e de energias renováveis.
A crescente classe média chinesa representa um mercado consumidor vasto para produtos brasileiros de qualidade, incluindo alimentos gourmet e moda sustentável.
A demanda chinesa por recursos naturais e segurança alimentar pode impulsionar investimentos em infraestrutura no Brasil. Essas oportunidades, porém, exigem negociações bem conduzidas e foco em benefícios reais para o país. Para aproveitar esse cenário, o empresário brasileiro precisa estar atento, preparado e disposto a se adaptar.
Novos cenários: estratégias para o empresário brasileiro
Diante deste cenário, a passividade é arriscada. Empresários brasileiros precisam ser proativos, entendendo as transformações e adaptando suas estratégias para prosperar.
A inovação constante é essencial. Investir em P&D, adotar novas tecnologias e otimizar processos são passos determinantes. Buscar nichos onde a produção brasileira ofereça valor único (qualidade, sustentabilidade, customização) é uma rota promissora.
Explorar novos horizontes, fortalecendo laços com fornecedores e parceiros diversificados, além de investir em capacitação, podem ser estratégias fundamentais. Ter uma compreensão sobre a cultura negocial chinesa também pode facilitar o caminho, pois a China valoriza parcerias de longo prazo com aqueles que a valoriza.
A China continuará sua ascensão tecnológica. Cabe ao Brasil e seus empresários definirem seu posicionamento: espectadores, fornecedores de matérias-primas ou parceiros ativos e competitivos. A escolha e a ação começam agora.
Apoio jurídico: segurança ao fazer de negócios com a China
Importante conceber que, atrás de negócios de sucesso, existe uma assessoria jurídica especializada capaz de guiar por caminhos contratuais mais seguros, atenta às diferenças e às convergências culturais Brasil-China.
A Pellon Advogados oferece consultoria especializada em comércio internacional, envolvendo direito contratual, aduaneiro e tributário. Atuamos com foco na segurança em todas as etapas do processo, que vai desde a negociação com fornecedores e análise de idoneidade, até a redação dos acordos comerciais e sua efetiva execução.
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