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novembro/2025 | Publicado por:

China Desk: aspectos jurídicos das parcerias regionais que fortalecem negócios em diversas regiões do Brasil

Introdução: o avanço das relações Brasil-China e a assessoria do China Desk

O fortalecimento das relações entre Brasil e China já não é novidade. O gigante asiático consolidou-se como principal parceiro comercial brasileiro, e o movimento de internacionalização avança também em âmbito regional. Nas regiões do centro-oeste e do nordeste brasileiro, parcerias com empresas chinesas têm impulsionado setores como energia renovável, infraestrutura, agronegócio e tecnologia.

Mas esse movimento não se resume a estatísticas de exportação e importação: exige suporte jurídico especializado. É nesse contexto, que os escritórios de advocacia criam uma estrutura dedicada, chamada de China Desk, para atender de forma estratégica empresas brasileiras que desejam negociar, investir ou receber investimentos chineses, assim como, para prover atendimento às empresas chinesas em negócios em nosso país.

O que é um China Desk e como funciona o apoio a negócios internacionais

O China Desk é um setor dedicado a prestar assessoria jurídica e consultiva nas relações com a China. Seu papel vai além de uma tradução do fator cultural: trata-se de compreender as especificidades do direito chinês para melhor ajuste às normas brasileiras.

Essa atuação jurídica mostra-se fundamental no cenário em que muitas empresas ainda estão dando os primeiros passos no mercado internacional. O China Desk orienta na escolha da estrutura societária, no mapeamento de riscos regulatórios e na construção de contratos capazes de dar segurança jurídica às operações negociais.

Contratos internacionais: cláusulas essenciais na parceria com empresas chinesas

O coração de qualquer operação comercial é o contrato. Em negócios com a China, alguns pontos exigem atenção especial:

  • Cláusulas de foro e jurisdição internacional, para evitar litígios complexos e de difícil execução. Por exemplo, se o contrato não for cumprido, onde e como poderá ser discutido?
  • Definição clara de responsabilidades e garantias, especialmente em joint ventures e parcerias industriais;
  • Regras de confidencialidade e de proteção da propriedade intelectual, tema sensível em setores de tecnologia e inovação;
  • Descrição minuciosa das especificações e características do produto/serviço, para evitar surpresas e questionamentos posteriores.

Sem esses cuidados básicos e iniciais, as empresas correm o risco de enfrentarem disputas onerosas, perda de ativos estratégicos, além da insegurança no cumprimento das obrigações.

Arbitragem e solução de conflitos: definição de regras claras é indispensável

Outro aspecto crítico é a solução de conflitos. Litígios internacionais são custosos e complexos, sobretudo quando envolvem diferentes países. Por isso, a arbitragem internacional desponta como o mecanismo mais eficiente por definir um local neutro de discussão, aplicando-se o entendimento de especialistas com respostas mais céleres.

Cláusulas que estabeleçam câmaras arbitrais reconhecidas, seja no Brasil, em Hong Kong, ou em centros especializados como Singapura, garantem maior agilidade e previsibilidade.

A escolha antecipada dessas regras evita que conflitos se arrastem por anos nos tribunais de diferentes países.

Sociedade empresarial e investimentos: como estruturar joint ventures e parcerias regionais

O avanço do interesse chinês em nosso país, também se materializa em investimentos diretos. Parcerias em setores como energia solar e eólica, logística portuária e infraestrutura exigem uma cuidadosa estruturação societária.

Modelos como joint ventures, sociedades de propósito específico (SPE) ou acordos de acionistas devem ser desenhados de modo a equilibrar interesses, prever mecanismos de saída e proteger minoritários.

Uma boa assessoria jurídica para sedimentar a governança societária é decisiva para atrair investimentos sustentáveis e reduzir riscos de disputas.

Questões aduaneiras e tributárias no comércio Brasil-China

Outro ponto sensível é a tributação e a logística aduaneira. Importações e exportações entre Brasil e China podem enfrentar barreiras tarifárias e possuem regras de classificação fiscal com diversas exigências documentais específicas.

A reforma tributária brasileira também impactará diretamente nessas operações, com novos regimes de IBS e CBS, além de mudanças na apuração de créditos.

Empresas que não ajustarem seus sistemas e contratos à nova realidade, correm risco de pagar mais impostos ou enfrentar atrasos na liberação de mercadorias.

Prevenção dos riscos em negócios internacionais: compliance e due diligence

O fortalecimento das relações de negócios entre Brasil-China também exige atenção ao compliance – que é a adequação às regras. A verificação da correta adequação às regras (due diligence) deve ocorrer não apenas quanto à questão financeira, mas, também, aos aspectos regulatórios, ambientais e trabalhistas que envolvem a operação comercial.

Os negócios internacionais precisam de uma due diligence adequada, caso contrário, podem resultar em investigações por corrupção e lavagem de dinheiro, descumprimento de normas ambientais ou violações trabalhistas, riscos que afetam diretamente a reputação e a continuidade dos negócios e, até, da própria empresa.

Conclusão: a importância de uma assessoria jurídica especializada em operações com a China

O crescimento da presença chinesa no Brasil é uma oportunidade inegável, mas, também, um desafio jurídico de grande complexidade. Sem contratos bem estruturados, definição clara de regras de arbitragem, planejamento tributário adequado e práticas robustas de compliance, as parcerias podem gerar mais riscos do que benefícios.

O China Desk surge, portanto, como ferramenta estratégica de proteção e crescimento. Ao unir conhecimento jurídico brasileiro e internacional, garante que empresários possam se beneficiar das oportunidades geradas pela China, sem renunciar à segurança jurídica.

Se a sua empresa deseja estruturar negócios internacionais com segurança e aproveitar as oportunidades trazidas pela China, conheça as análises exclusivas da Pellon Advogados em nosso site.

 

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