O SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL ESTÁ SUBDIMENSIONADO
Escrito por Sergio Ruy Barroso de Mello
Ao olharmos para os últimos acontecimentos danosos envolvendo responsabilidade civil no país, especialmente empresarial, logo perceberemos o expressivo aumento das indenizações concedidas a terceiros pelo Judiciário. Por outro lado, quando se examina a existência de contrato de seguro, constata-se o seu dimensionamento inadequado, à margem do risco real. Isto porque, não raro, as coberturas de RC são concedidas sem considerar o correto aumento de exposição do segurado. O resultado é a sua natural frustração, justo pela impossibilidade de cobrir com o seguro grande parte dos riscos a que está exposto. É preciso perseguir a exata vulnerabilidade do segurado para então oferecer a cobertura de RC mais eficaz, com prêmios, franquias e limites indenizatórios estabelecidos rigorosamente dentro da realidade do risco coberto. Para se conhecer esse risco com profundidade fática, será necessária a mudança de postura, com estudos prévios de campo, bem como análises técnicas e jurídicas da sua dimensão, com rigor profissional. Os tempos mudaram e as oportunidades exigem pro atividade.
Vale lembrar que os riscos de RC são bastante amplos, veja o exemplo dos lucros cessantes a terceiros, dos danos indiretos, das ações coletivas que abarcam pleitos volumosos, razão pela qual somente cobertura de seguro de RC bem dimensionada seria possível fazer frente a tamanha exposição.
É passada a hora de se reconhecer a importância do seguro de RC, conferindo-lhe necessária autonomia, dado o volume expressivo do aumento dos riscos empresariais e pessoais. Seria desperdício inaceitável conviver com a sua contratação apenas na qualidade de sub produto de apólices empresariais, ou com coberturas básicas por meio de limites tão baixos.
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